Revista 7GUERREIROS - Edição # 06

É realmente curioso que quando o assunto "O Senhor dos Anéis" surge, existem duas prováveis respostas a se ouvir:

_"Amei o Filme!" Ou: _"Não entendi nada..."

Eu sei, eu sei... ...as adaptações de forma alguma conseguem fazer jus aos livros, ainda que sejam excelentes!

Mas convenhamos, é na verdade bastante fácil de entende-lo, pois toda a história central do "Um Anel" é bem contada, embora os demais (vários) anéis mal sejam mencionados.

As coisas para os "desentendidos" ficam ainda pior quando tentamos colocar O Hobbit junto da história, nesse momento aparecem os mais variados absurdos sobre o assunto...

Iremos por partes, comentemos primeiro sobre as inspirações para as obras, depois sobre os "Dias Antigos" então finalmente falaremos sobre os outros Anéis e a relação entre eles, e "O Um Anél".

John Ronald Reuel Tolkien, ou J. R. R. Tolkien para os íntimos, nasceu em 3 de Janeiro de 1892 e faleceu em 2 de Setembro de 1973, Tolkien Britânico, era Professor Universitário, Escritor, Tradutor de textos antigos e estudante de idiomas "por assim dizer".

Como sempre esteve estudando e ajudando as mais diversas mitologias e línguas dos países vizinhos (Europa), acompanhou de perto o trabalho de Elias Lönrot ao traduzir o Kalevala, o mito Finlandês, é  que Tolkien sentiu uma certa tristeza, pois seu País de origem não possuía algo semelhante como uma grade história envolvendo criaturas fantásticas e povos guerreiros.

A única mitologia que conhecemos genuinamente Inglesa é o poema de Beowulf, a qual ficou mais conhecida devido a animação, que inclusive traz Angelia Jolie como uma de suas personagens.

Ele também chegou a "expandir" sua própria versão de Beowulf, assim como a história do Rei Arthur, em "A Queda de Arthur".

As obras de Tolkien não se resumam unicamente aos livros que compõem o "universo de O Senhor dos Anéis", tais como: Mestre Gill de Han, A Árvore Folha, Roverandom, entre muitas outras histórias e materiais acadêmicos. 

Após trabalhar com diversas mitologias e histórias Tolkien resolveu criar com suas próprias mãos uma mitologia que fosse inteiramente Britânica, e pudesse representar seu País. Este fato esse foi confirmado em uma de suas cartas (naquela época não existia Whats App, era tudo por cartas mesmo, as vezes passavam-se meses até que a carta chegasse a quem deveria dependendo de onde se estivesse), tal mitologia deveria "ligar os pontos" com as lendas do mundo, por exemplo:

Na mitologia grega, Zeus o deus trovão enfrenta Tifão, enviado por Hera, filho de Equidna, a "Mãe dos Monstros, com corpo de Mulher e Cauda de Serpente.

Na mitologia nórdica, Thor o deus do trovão enfrenta Jormungadr. a grande serpente de Midgard.

Na mitologia hindu, Indra o deus do trovão enfrenta uma grande serpente novamente.

Nas lendas japonesas Susanoo o deus do trovão enfrenta a serpente de oito cabeças Yamato no Orochi, da qual obtem Kusanagi.

Ou seja, sob muitos aspectos podemos dizer que as diferentes mitologias, tratam das mesmas histórias, porém com visões culturais e linguísticas diferentes, de modo que a obra de Tolkien também tem estes paralelos apresentando varias "explicações" para os mais variados assuntos de nosso. Ao mesmo tempo as obras de Tolkien são consideradas Cristãs, o próprio autor era um Católico devotado, e toda esta "história antiga" é trazida para um contexto de Cristianismo, quanto a criação, valores e propósito dos acontecimentos.

Você poderia pensar que se trata apenas de um livro, mas a obra de Tolkien é muito mais do que isso, ela aspira ser uma mitologia completa e não apenas um livro, por isso o termo correto a ser aplicado deveria ser "ESTUDAR as muitas obras de Tolkien" e não simplesmente lê-las.

O desenvolvimento de cada uma das linguagem e derivações é simplesmente GRANDIOSO, semelhante ao Latim que mais tarde daria origem as línguas latinas como o próprio Português e o Espanhol, Romeno, entre outras; Além de diversas línguas em suas obras, que dão origens a nomes, lugares, "ditados populares", também existem proto-linguagens, ou seja, "Idiomas Incompletos" que deram origem a outros idiomas mais complexos, assim como na realidade.

Nesse sentido, é curioso que o Idioma Negro usado pelos orcs e os Senhores do Escuro, seja uma fala "toda errada", pois como Tolkien era "amante das palavras", e os orcs criados por ele, eram criaturas que encarnavam tudo de ruim que possa existir, também seria natural que pervertessem os idiomas de sua criação.

Muitas das influencias dentro dos livros vem da própria vida do autor, como por exemplo, os Hobbits que espelham o estilo de vida que Tolkien amava, no campo e próximo a natureza; A passagem nos pântanos mortos cheios de cadáveres, remonta ao período em que o autor servil no exercito durante a primeira guerra mundial, assim como o retorno de Frodo a um condado destruído por Saruman (fato presente apenas nos livros) representa um regresso do autor a sua terra natal destruída pela recente industrialização. Quando Beren vê Luthien dançando na floresta dos Elfos, é uma referencia a sua própria esposa.

Embora o primeiro livro que Tolkien tenha de fato terminado fosse "o Hobbit", que foi escrito para seus filhos, esse não foi o seu primeiro trabalho dentro do universo da Terra Média, já em 1917 existiam os primeiros rascunhos do livro "O Sillmarilion", que narra a história completa dos Élfos, e todas as lendas antigas sobre a criação do mundo.

Infelizmente em razão de seu falecimento nunca chegou a terminar este trabalho que visava ser o mais complexo de seus livros, então seu filho reuniu tudo aquilo que o pai deixou e formulou um livro único, bem como fez com outra obras de seu pai que estavam praticamente prontas, necessitando apenas de uma "reunião" e edição do material, além de publicações mais audaciosas, como um "recente" trabalho de nível acadêmico a respeito das linguás de toda a obra.

Em "O Sillmarilion", Eru o Único (equivalente ao Deus Criador dentro da obra, chamado pelos Elfos de Ilúvatar), cria os Ainur (os Sagrados) para lhe fazerem companhia em sua eternidade, eles seriam os equivalentes aos Anjos (Segundo o próprio Autor), aqueles que adentram nosso mundo são de duas classes:

Os Vallar, que seriam como os Arcanjos e os Maiar, "Anjos assistentes dos Vallar".

Nota 1: Os termos Vallar e Maiar, estão no plural, quando nos referimos a apenas um individuo seria, um Maia, ou um Valla. Estamos acostumados a apenas acrescentar um "s" no final da palavra para torna-la plural, pode ser assim em diversos idiomas, mas também existem muitos que tem uma forma de plural diferente desta.

Inicialmente os Ainur cantavam para Eru, porém como cada um deles havia nascido de um aspecto da mente de seu criador, seria apenas este aspecto que os mesmos conheciam, por isso cantavam individualmente. Com o passar do tempo e ao observar seus irmãos, cada um passa a entender melhor os diferentes aspectos que deram sua origem e se unem em um único coro.

Após isso Ilúvatar e os Ainur tocam uma grande sinfonia que prevê toda a vida e tudo o que existe, incluindo Valinor, as terras imortais dos Élfos e Arda, a Terra Média dos homens, bem como revela aos Ainur, parte daquilo que ainda está por vir, até o "último dia".

Durante a criação os Ainur foram responsáveis, por desenvolver um elemento que estaria presente no mundo físico, segundo a perfeita orientação de Eru, que mais tarde "expandiu" cada elemento criado por eles, dando-lhes infinitas possibilidades, por exemplo a água Eru Ilúvatar concedeu a possibilidade de se mover em rios ou pelo mar.

Afim de governar e terminar sua obra, Ilúvatar permite que sete Vallar acompanhados de suas sete esposas (Valiës) desçam ao mundo, mas com eles desce também Melkor, que tinha o desejo de criar e dar vida por si mesmo, antes mesmo da criação da Terra, este foi seu intento, porém foi repreendido por Ilúvatar, revelando que Melkor era apenas mais um instrumento de sua vontade perfeita, pois em fúria o Vala impôs o calor a criação, e assim conferiu a água a capacidade de se evaporar, e se tornar em nevoa. Ele também impôs o frio tentando destruir a criação, e sem perceber deu a capacidade a água de se congelar, e assim criou o floco de neve, e isto foi bom.

E tendo visto que "foi usado", seu rancor e maldade cresceram ainda mais e seguiu os outros Valar para dentro do mundo afim de torna-lo seu.

Devido ao ódio foi o primeiro senhor do escuro, Melkor sendo um Valla poderoso em majestade, ainda que com o tempo ela tenha se tornado em trevas e desespero, seduziu diversos espíritos da classe dos Maiar e de outras classe abaixo para seu lado (diz-se que seus generais orcs eram Maiar reencarnados), dentre eles também estava aquele que seria seu braço direito nas guerras futuras, Sauron o Maia.

Durante toda a criação, dos Vallar (Eru os incumbiu de terminar a criação e após isso governar o mundo), Melkor os atrapalhava, quando enchiam os mares, Melkor os fazia transbordar, quando criaram as montanhas, ele as fazia desmoronar, mas mesmo com todo o intento do inimigo da criação de Ilúvatar, os Vallar enfim terminaram o mundo, embora muito do que poderia ter sido tenha se perdido.

E logo os primeiros filhos de Eru viriam ao mundo, eles seriam os élfos, seres imortais, que dentro da obra de Tolkien representam "aquilo" que o homem seria se não tivesse dado ouvidos a voz serpente tentadora no Jardim do Édem.

Os Quendi (como eles mesmo se chamam), compõem 3 raças distintas, e seu despertar foi bastante interessante:

O primeiro a acordar chamava-se Imin, seu nome deu origem ao numero 1 do idioma inicial Elfico, e foi o primeiro dos Vaniar, os Elfos louros, são os mais belos, melhores nas artes e mais amados por Manwë (Governante supremo dentre os Vallar), sendo os maiores em sabedoria, os mais parecidos com os Vallar e também os menos numerosos.

O segundo foi Tata, dando origem ao numero 2, o primeiro dos Nodor, os melhores artesão já vistos e possivelmente aqueles com maior poder de combate dentro os "Primogênitos" (Como são chamados os Elfos).

Enel foi o terceiro e deu origem ao numero 3, sendo o primeiro dos Teleri, estes são um pouco "menores" que seus irmãos sendo os mais parecidos com os humanos e também os mais numerosos. Foram ignorados por Melkor quando este tentou atrair os dois primeiros povos dos Elfos para seu lado por meio de mentiras e trapaças.

Ao despertarem, a primeira coisa que viram foram as estrelas postas no céu por Varda (uma Valla), pois ainda não havia sol, e por isso seu amor pelas estrelas é grande. Já as esposas de cada Elfo viu primeiro seu marido, por isso o amor das mulheres Elfas por seus companheiros é tão grande que fez até mesmo com que algumas delas abandonassem sua imortalidade para se unir a seus amados humanos. No caso dos Teleri, seu local de despertar foi próximo as cachoeiras de Cuivienen, por isto estes Elfos em particular tem grande amor pelo mar. Após o despertar, o total de Quendi acordados somou 144, e por muito tempo esse foi o numero máximo na contagem Elfica.

Claro que dentre as 3 raças existem muitos desdobramentos e diferentes povos, listar todos aqui seria uma tarefa bem difícil.

Os Éllfos acordaram na Terra Média em meio a escuridão, e em razão da perseguição de Melkor, foram convocados pelos Vallar a viverem em Valinor, as Terras Imortais, e para que houvesse luz, os Vallar criaram Telperion e Laurelin, as arvores dourada e prateada que iluminavam toda Valinor.

Tais arvores, foram criadas por Yavanna a "Provedora de Frutos".

Entretanto a Terra Média ainda permanecia na escuridão e isto causa a primeira divisão dos Elfos, pois Oromë, o Maia "assistente" de Manwë vem a Terra Média e leva inicialmente para Valinor os lideres de cada um dos povos para verem a luz, retornar e enfim convencer seu povo a sair das trevas para a luz; Contudo havia um grupo de Teleri que não se encontrava com o grupo principal de Elfos, e estes por nunca terem ouvido sobre os Vallar se tornaram os "Elfos da Escuridão".

A viagem da Terra Média par ao reino abençoado, levou séculos (pois na condição de imortais não havia pressa, e os Elfos se maravilhavam com tudo o que viam pela primeira vez e passavam anos admirando os mais ínfimos detalhes da criação em meio as trevas sob as estrelas).

Durante o caminho, muitos deles se recusaram a continuar, estes eram os Avari, que significa os relutantes, são Elfos que ouviram falar dos poderes (Vallar significa os poderes do mundo, pois eles governam os "aspectos" de toda a criação) mas nunca os viram. Destes a maioria eram Teleri, pois seu rei se demorou e não voltou com os outros dois a tempo de conduzi-los com os outros, mas quando este finalmente retornou ao lado ma Maia Melian (história para um outro post), estes dois conseguiram passar um pouco da luz a seu povo, torando-os os "Elfos Cinzentos", os únicos Elfos da Terra Media que "quase" se equiparavam a aqueles que chegaram as terras imortais.

Todos aqueles que chegaram a Valinor, conheceram os Vallar e viram a luz das árvores, são chamados de "Elfos da luz", e deles muitos dos Noldor retornaram a Terra Média, porém nenhum dos Vaniar jamais retornou.

Em Valinor os Elfos da Luz eram tão altivos em glória e majestade que suplantavam quaisquer outro Elfo da Terra Media, exceto pelos Elfos CInzentos de Beleriand, protegidos por Melia.

Da luz das árvores Fëanor (um Noldo) criou as três Silmarils, que são gemas preciosas que brilham com a luz das próprias árvores, uma gema do fogo, do ar e da água (isso vai ser importante la na frente).

Mas Melkor continuava tramando nas trevas de sua prisão e odiava os Elfos pois na ocasião de sua convocação a Valinor, os Vallar se uniram e subjugaram-no, o deixando preso por 3 eras, e quando saiu tentou seduzir tantos quantos pode para seu lado, fingindo arrependimento e desejo de reparar seu, posteriormente se aliou Ungoliant (mãe de todas as aranhas que aparecem no Hobbit e em O Senhor dos Anéis, é um espirito de uma classe menor, porém dentre eles também haviam espíritos equiparáveis aos Vallar), após ser expulso por Feanor, e juntos derrubam as duas árvores da luz, mas no meio da fulga Ungoliant trai Melkor e o ataca, mas o mesmo é salvo por seus Balrógs (sim, existem vários Balrógs, porém como eles são "criação" de Melkor, Saurón não os controla).

Melkor não possuía a chama impermeável, e para fazer suas "criações" usava qualquer outro ser criado por Ilúvatar como base, e após tortura-lo, mutila-lo e o corromper, esse ser se convertia em seu escravo, ou seja, Melkor usava a alma de seres vivos já existentes como base para suas criações sinistras, Dragões, Lobisomens, Vampiros, Trolls, Orcs, entre outros, e dele mesmo lhes passava poder e trevas, ao passo que diminuía a sí próprio quando o fazia.

Os Elfos supunham que os orcs provavelmente seriam povos dos Elfos escuros, que foram deturpados por Melkor, mas isso só diz respeito a uma das raças de orcs, pois existem varias, algumas feitas a partir de homens.

Contudo, para suas duas maiores "criações", os Balrógs e os Dragões, espíritos de classes menores e dos Maiar foram usados, por isso seu poder era bem maior do que o de qualquer outro povo livre da Terra Média.

Após o abatimento das árvores da luz as Silmarils eram os únicos objetos que as poderiam trazer de volta, pois possuíam parte de sua luz, mas claro que Fëanor, seu criador se recusa a entrega-las a Vala Yavanna, devido a semente da dúvida plantada nele por Melkor, e durante este momento de dúvida Melkor assassina Fiwë, rei dos Noldor e pai de Fëanor, e foge com as pedras para a Terra Média, tornando impossível a ressurreição das arvores, deixando o mundo nas trevas permanentemente.

Melkor fez uma coroa para si e incrustou as pedras na mesma, mas devido a pureza de sua luz e as bençãos de Varda, as pedras lhe causavam grande dor e cansaço, mas mesmo assim ele jamais as tirou sua coroa.

Fëanor acompanhado pela maior parte dos Noldor juram recuperar as pedras e partem para a Terra Média, mas para atravessar o mar que separa as duas Terras, agora tomando pelo poder de congelamento de Melkor, eles precisam de barcos, que não possuem. Porém os Teleri possuem muitos barcos, mas se negam a cede-los, e como resultado os Noldor assassinam quase todos os Teleri, roubam seus barcos e atravessam o mar.

Porém ao fazer isso, foram amaldiçoados por Manwë, e tal maldição instiga a traição entre eles, fazendo com que Fëanor, atravesse com seus seguidores nos barcos e logo após os ateia fogo, deixando seu irmão Fingolfin e seus seguidores para traz, os mesmo tem que atravessar todo o gelo com grandes perdas.

Finarfin, o terceiro irmão se arrepende das mortes e renuncia a partida permanecendo com seus seguidores em Valinor. E dentre to príncipes dos Noldor que desobedeceram os Vallar, Galadriel foi a única a retornar viva a Amã (ilha pertencente a Valinor) no final da Terceira Era.

Melkor e seus servos odeiam a luz, por isso os Vallar criaram o Sol de um fruto de Telperion e a Lua de uma folha de Laurelin, para que assim elas "inibissem" as atividades de Morgoth (como era agora chamado pelos Élfos) como uma benção final aos exilados, e o Sol e a Lua passavam por todo o céu, e a noite afundavam na Terra e percorrem por túneis apressadamente até se levantarem do outro lado novamente, ambos eram guiados por Maiar que se ofereceram, Tilion era a Lua, enquanto o Sol era guiado por Arien, uma Maia tão poderosa que até Morgoth temia.

Os Elfos eram os primogênitos e os homens os sucessores, ambos eram filhos de Ilúvatar, e agora também despertavam depois de milhares de ano. A morte é um presente de seu criador, já que dessa forma podem se libertar deste mundo, ao passo que os Elfos tem de permanecer nele até o último dia.

A guerra entre os Noldor e homens (se aliaram) contra Morgoth atravessou séculos e levou a queda dos reinos Elficos, um a um.

Houveram inúmeros combates contra Melkor, dos quais até mesmo os humanos participaram em ambos os lados, até que os Vallar finalmente interviram após o pedido de Eärendil, e ao lado dos Vaniar derrubaram o Senhor do Escuro, e o mesmo veio a ser banido para o mundo vazio no final da primeira era. Grandes muros foram erguidos na beirada do mundo, de onde a guarda nunca descansa de sua vigília, afim de impedir seu regresso.

Familiar?

Os Vallar intimaram Sauron a pagar por seus crimes, e mesmo se mostrando favorável a pagar sua divida ele teve medo e fugiu, ressurgindo mais tarde dizendo ser o próprio Morgoth retornado, assim tentou fazer guerra novamente culminando na destruição de Numenor, um povo humano porém "descendentes" de Elfos por intermédio de Luthien (Assunto para outro Post) que possui longevidade 3 vezes maior que os chamados "homens inferiores", são os ancestrais de Aragonr.

Quando a maior parte dos Numenorianos se tornam "seguidores de Morgoth" e desejaram entrar em guerra contra os imortais, os Vallar renunciam ao mundo pedindo ajuda a Erú (Ilúvatar), que intercede por eles.

Ilúvatar então separa o mundo "mortal" do "imortal", fazendo com que quando homens mortais naveguem pelos mares, eles deem a volta até chegar no mesmo ponto que partiram, pois os mares se tornam "redondos", enquanto que quando se tratar de Élfos a navegar, os mares continuam planos e eles podem escapar dos limites do mundo e navegar para Valinor.

Dentro do Silmarillion também é incluído um livro chamado, "Dos Anéis de Poder".

Não são esses anéis...

Este livro trata da forjadura dos "Grandes Anéis", e explica mais sobre tudo aquilo que não é dito dentro da trilogia do cinema.

Todos acharam que Sauron foi morto durante a destruição de Numenor e a mudança do mundo, mas apenas seu corpo físico foi apanhado, e os Ainur podem fazer para si um corpo físico com a mesma facilidade com que trocamos de roupa, e Saúron vendo que os Vallar não mais poderiam interferir na Terra Média, ressurge novamente afim de governa-la plenamente, assim ele traça um novo plano e assume a identidade de Anatar o Senhor dos Presentes, e convence o Noldo Celebrinbor o maior artesão Élfico da Segunda Era a criar os Anéis de Poder.

Não apenas um, mas muitos e muitos Anéis Mágicos foram forjados nesta era, todos eles sendo simples anéis comuns, aos olhos de quem quer que fosse, e tendo vários poderes como, conferir longevidade (pequena) ao portador, entendimento, invisibilidade entre outros dons.

Então Anatar (Saurón) convenceu Celebrinbor a forjar anéis ainda melhores para presentear aos "lideres" de cada raça, assim ele mesmo mais tarde forjaria em segredo um Anel Mestre que dominaria os outros, e dessa forma ele controlaria os lideres de cada raça, controlando na pratica toda a Terra Média, mas o plano teve algumas falhas:

Os primeiros Anéis feitos foram os sete anéis dos Anões. O numero de sete Anéis, remonta aos Sete Pais dos Anões (sete raças de "Ananos") criados pelo Valla Aulë. Quando ele (O Valla e não Erú) os criou baseado em como ele achava que os homens seriam, lembrando-se da visão que teve na época da musica dos Ainur, seu conhecimento sobre os homens não era completo, então foram criados de "forma errada" em relação a como seriam os homens, assim eles "saíram Anões".

Porém como apenas Ilúvatar pode dar vida, os anões se moviam apenas pela vontade Aulë, não estando exatamente vivos, mas ao ser repreendido, diferente de Morgoth, Aulë se arrepende e pede perdão, então Erú confere vida aos anões, mas faz com que fiquem adormecidos pois ainda nem mesmo os Elfos haviam acordado, e eles deveriam ser os primeiros, os Anões esperariam sua vez.

Mesmo tendo perdoado a precipitação de seu filho, Erú profetizou que sempre haveria discórdia entre os filhos de sua própria criação e aqueles trazidos por Aulë, a inimizade dos Élfos e Anões,nasceu na ocasião em que o rei Tinghol dos Teleri, pediu aos anões com os quais negociava, que incrustassem uma das Silmarils recuperadas de Melkor por Beren e Luthien em um dos magníficos colares Anões, o Nalglamír, aos quais ficaram indignados e assassinaram o rei Elfico (levando a queda de mais um reino), mais tarde contaram uma versão corrompida aos de sua raça, alegando terem sido traídos pelo rei, gerando assim todo o conflito posterior.

Os anões também não se davam muito bem com os Ents, de certa forma "filhos" de Yavanna, esposa de Aulë.

Os Anéis destinados aos Anões atraiam ouro e tornavam seus portadores gananciosos, e o ouro sempre atraiu os dragões, assim quase todos os anéis dos sete Anões foram destruídos pelo fogo dos dragões.

Os próximos Anéis que seriam criados, foram os dos Élfos, sendo três anéis, pois inicialmente foram feitos três "famílias" de Élfos, mas eles perceberam os planos de Sauron, o sentindo assim que pôs o Um Anél no dedo, e esconderam seus próprios Anéis, e dessa forma evitaram serem pegos na armadilha do inimigo.

O Anél do Vento, Vilia, encrustado com safira estava com Elrond, e tinha o poder de retardar o tempo, por isso em Valfenda o tempo não corre da mesma forma (isto não é citado no filme). 

O Anél da Água, Nenia, feito de Nitril e pedras brancas estava com Galadriél.

O Anél de Fogo, Naria, encrustado com rubi, apenas tem seu portador revelado após as conclusões.

No filme o Hobbit, é citado sobre a existência de Cinco Magos (os Istarí), estes magos são na verdade Maiar mandados a Terra Média pelos Vallar para ajudar os povos livres já que eles mesmos não poderiam mais intervir, ou seja, eram na verdade espíritos da mesma classe de Sauron, porém disfarçados em forma humana e sua missão era apenas aconselhar e incitar a revolta contra o inimigo sem interferir diretamente.

Cirdan o Armador percebendo a natureza de Gandalf, entrega-lhe seu anél que tem o poder de "inflamar os corações", ou seja, tem o poder de convencer as pessoas, por isso Gandalf é tão efetivo em seus "discursos".

Os nove anéis humanos, dados aos nove reis foram totalmente dominados por Sauron, pois os homens eram a raça mais fácil de ser corrompida.

Posteriormente para criar o Anél Mestre, Sauron colocou muito de seu próprio poder durante a forjadura, Semelhante ao que Melkor fazia em suas criações, porém em escala menor.

Diferente do filme ele não perde seu corpo quando Isildur arranca-lhe o anél de seu dedo, no final da Segunda Era, foi o próprio Saúron a interrogar Golun, quanto ao paradeiro do Um. Porém como o Anel tinha parte de seu poder, Sauron fica obviamente muito enfraquecido, por isso era imprescindível destruir o Anel, para que Sauron fosse reduzido a um espírito menor sem grandes poderes, e se caso viesse a morrer (seu corpo atual) não seria capaz de retornar e perderia o controle sobre os Orcs, ficando estes sem um líder, se destruiriam em guerras internas.

É é precisamente neste ponto, cerca de 2 mil anos após Sauron perder seu Anél que tem inicio "O Hobbit". Mas por quê Gandalf não percebeu que o anél de Bilbo era o "Um Anél"?

Os primeiros anéis mágicos feitos por Celebrimbor eram simples em aparência, e foram feitos vários deles, já os grandes anéis eram incrustados com pedras preciosas, o anél de Sauron tinha a mesma aparência dos "anéis menores", por isso Gandalf pensa no inicio que se trata de um destes, apenas anos depois "algo" (o "agir" de Erú) o faz atentar para a questão e investigar.

Mas... Quantos livros levamos para chegar até "O Senhor dos Anéis"?

Até aqui, sem contar os "livros inacabados" temos um total de 6 (seis) livros antes do primeiro "O Senhor dos Anéis". Tolkien era muito perfeccionista e reescreveu suas histórias melhorando-as diversas vezes, fora a grande quantidade de histórias abandonadas, somando-se tudo isso foi publicada uma coleção chamada "The History of Middle Earth" com um total de 12 (DOZE) livros, posteriormente um décimo terceiro foi adicionado, some isso aos periódicos linguísticos que trazem mais alguns detalhes da mitologia, e mais alguns livros de poesia com o tema da Terra Média, como por exemplo "As Aventuras de Tom Bombadil", e este numero sobe as aturas, mas o livros "completos e publicados" que compõem a Mitologia e Universo são:

"O Silmarillion": Publicação de cinco livros menores: "Ainunlidalë", a criação do universo. "Valakenta", relato dos dias antigos. "Quenta Silmaril", a Primeira Era. Akalabeth, Numenor e a Segunda Era. "Dos Anéis de Poder e da Terceira Era".

Beren e Luthien, conta a história da primeira união entre Elfos e homens, a Elfa Luthien, filha do rei Thingol e a Maia Melian, junto com o Humano Beren, conseguem roubar uma das Silmarils da coroa de Morgoth.

"Os FIlhos de Húrin", o poderoso guerreiro humano Húrin se sacrifica pelo rei Thurgon dos Noldor, capturado por Morgoth, o mesmo zomba do Senhor do Escuro e é amaldiçoado, "paralisado" e sem poder sequer morrer, tem de ver através dos olhos de Morgotth todos os infortúnios que ele impõe a sua família, sua esposa e dois filhos.

"A Queda de Gondolin", a queda do último reino dos Noldor.

"O Hobbit", dispensa comentários.

"A Última Canção de Bilbo", relata de forma poética as aventuras de Bilbo após desaparecer de sua festa de aniversário.

"O Senhor dos Anéis", inicialmente era um único livro, mas foi divido em três partes para uma "melhor publicação".

"Os Contos Inacabados", trata-se de alguns "apêndices" e histórias não terminadas reunidas em um único livro. Um Complemento.

Curiosidades:

_Porque não existem filmes dos outros livros?

Tomando Saint Seiya por exemplo: Como sabemos a animação é inferior em retratar detalhes da história e coisas assim, a ponto de Kurumada dizer:

"Considero o anime uma "boa propaganda" para minha obra" (Mangá).

Este é o pensamento da "família Tolkien" que detém os direitos da obra, eles repudiam os caminhos "estranhos" tomados pelos filmes em relação as obras, algo que infelizmente acontece com 99% das adaptações para o cinema. Quanto ao Hobbit e o Senhor dos Anéis, seus direitos foram vendidos por Tolkien em uma época de necessidade, e desse contrato saíram 3 (três) animações que poucos conhecem ainda na década de 70, pois um um filme destas proporções naquela época estava além da tecnologia disponível.

Houve também a "ameaça" de um filme estrelado por ninguém menos que os Beatles, que cogitaram financiar a produção, mas como dito antes, não era viável na época.

Você ficaria surpreso em saber quantos, filmes, animes ou games são inspirados nos contos de Tolkien, muitos que provavelmente você é fã e nem mesmo sabia, como por exemplo Lune de Balrog de Cavaleiros do Zodíaco. Os Balrogs são criaturas exclusivas da mitologia de Tolkien (assim como também as prisões do Tartaru dentro do anime são inspiradas no livro "A Divina Comédia"):

Até mesmo o anime Naruto tem lá suas referências com as obras de Tolkien:

Em vários (muitos mesmo) games, como Castlevania Symphony of the Night também temos algumas referencias:

Game of Thrones: Abordar tal tema é como iniciar uma guerra entre os fãs das obras, porém fato é que Tolkien influenciou inúmeras obras ("World of War Craft" é "publicamente" inspirado em "O Senhor dos Anéis"), e Game of Thrones não é exceção, este é o motivo do nome do autor da série ser apresentado por ele mesmo como George R. R. Martin, ou seja uma referencia a J. R. R. Tolkien, ao qual o próprio admitiu ser grande fã.

As semelhanças sobretudo nos nomes usados em Game of Thrones são muitas, bem como alguns elemento da série, como os Muralhas de Gelo que impedem o avanço do Rei da Noite que claramente são inspiradas nas muralhas que impendem o retorno do Senhor do Escuro, vigiadas incansavelmente por Eärendil, ou a rainha Denerys, última herdeira de uma linhagem caída, e descendente de dragões, que pode ter sido inspirada em Aragonr, o último rei da linhagem de Numenor, descendentes de Élfos e Maiar. A relação entre a espada do rei de Gondor e as espadas de aço Valiriano. Além de muitas inspirações nos nomes, Valiria/Valiriano vem de Valinor/Valirin, entre inúmeras...

O Livro "o Silmarillion" inspirou o CD Nightfall in Midle-Earth da bada Blind Guardian.

Este magnifico álbum foi o responsável por apresentar os fãs da banda aos livros de Tolkien e vice versa, neste albúm todas as musicas são baseadas nos versos do livro:

"War of Wrath"

"Into the Storm"

"Lammoth"

"Nightfall"

"The Minstrel"

"The Curse of Fëanor"

"Captured"

"Blood Tears"

"Mirror Mirror"

"Face the Truth"

"Noldor (Dead Winter Reigns)"

"Battle of Sudden Flame"

"Time Stands Still (At the Iron Hill)"

"The Dark Elf"

"Thorn"

"The Eldar"

"Nom the Wise"

"When Sorrow Sang"

"Out on the Water"

"The Steadfast"

"A Dark Passage"

"Final Chapter (Thus Ends...)"

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